domingo, 13 de setembro de 2009

Brother

Pois é brother, falei pra mim mesmo, durante todo o dia, que não iria chorar, mas não teve jeito...
Foi colocar a cabeça no travesseiro e desabar, aliás, tem sido assim muitas e muitas noites. Também, não tem como não amar loucamente alguém como você né?
Às vezes eu acho que entendo a vida sabe, ela pode ser muito simples ou pode ser uma eterna confusão, tudo depende da gente né?
Agradeço a Deus por ter me colocado nesta família maravilhosa, por ter nos presenteado com você.
Deus foi tão generoso conosco que era inevitável não te amar demais.
Muitas vezes eu ficava te olhando e até estranhava seu jeito, tão parecido e ao mesmo tempo tão diferente de mim. Ao contrário de mim você sempre foi mais pela razão, sempre foi de falar pouco e ouvir mais, falar só o necessário.
Sempre me dando conselhos bons, apesar de ser mais novo, e sempre comigo em todas as ocasiões, boas ou ruins.
É mano, nós nos divertimos muito, muito mesmo. Foram incontáveis momentos de risadas, brincadeiras e sonhos.
Lembra que a gente adorava ficar inventando estórias, em que de alguma maneira maluca ficávamos ricos, e viajávamos na nossa ilusão?
Hoje eu vejo que o dinheiro não é nada, e que riqueza mesmo eram aqueles momentos juntos, inventando estórias, cantando, namorando, se confidenciando...
É brother, não tem como lembrar de você e não chorar. Chorar não de tristeza, ou arrependimentos porque quem conviveu com a gente não entendia como dois irmãos poderiam se dar tão bem.
Brigávamos sim, algumas vezes, mas o amor que sentíamos um pelo outro era infinitamente maior que as desavenças.
Deus é tão perfeito que já sabia de tudo que iria acontecer antes mesmo de nascermos, e eu acho que Ele nos deu uma dose maior de amor, uma dose bem grande pelo jeito.
Se eu tivesse a chance de escolher nascer de novo, com certeza absoluta eu o faria, mesmo sabendo o quanto sofreria, o quanto choraria e o quanto sentiria sua falta.
Pois estes 21 anos de convivência contigo valem toda a eternidade de sofrimento.
Resumindo brother, eu viveria não só uma vida com você viveria dez, vinte, cem vezes ao seu lado, mesmo sabendo que sofreria com sua falta.
Deus me ensinou a te amar tanto, tanto, que quando ele te chamou de volta para junto dele eu sofri e sofro demais, não por não entender ou não concordar com Ele, mas por não ter você aqui do meu lado.
Com você do meu lado tudo era mais fácil, mais seguro e tudo muito claro.
Pois é mano, vou ter que aprender a me virar sozinho, afinal tem a mãe e a Pati que precisam de mim.
Sozinho em matéria, por que você vai viver eternamente no meu coração.
Amo-te demais!
Em memória de Leandro Marinho Rosa.
Curitiba, 16/03/2004.