sábado, 1 de agosto de 2009

Espelhos

Grandes canoas apontavam no horizonte, muito rápido chegaram até nós.
Com a mesma velocidade nos enganaram, trocando espelhos por lealdade.
As roupas, as armas, a língua, tudo nos hipnotizava.
Mal sabíamos que o mesmo mar que nos alimentava, e que em troca não pedia nada,
nos traria a peste e a maldade. Algum tempo depois, nestes mesmos barcos de espelhos e terror, vieram homens negros, diferentes dos primeiros. Sem roupas, estômagos e espelhos, cara de espanto e de medo, trabalhando e apanhando sob as ordens do terror.
500 anos depois, a pátria amada idolatrada ainda não aprendeu que quem descobriu esta pátria fui eu, com muita luta e muita dor, muito sangue e pouco amor.
Índio negro ao seu dispor!
Dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada Brasil!